quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

DE SOROCABA - DOCUMENTÁRIOS INFORMATIVOS - WORMWOOD / MKULTRA - A FICÇÃO VEM APÓS A REALIDADE QUE NÃO SE PODE PUBLICAR. POR NALY DE ARAUJO LEITE

Com títulos como The Keepers sob o seu cinto, Netflix prova-se capaz de criar documentários informativos e aterrorizantes, qualquer um pode assustar o relógio. O seu mais recente documentário, Wormwood, parece ser outro golpe infalível baseado no trailer, visível abaixo.

A série de seis partes segue a história de Frank Olson, um funcionário da CIA que, segundo a agência, ganhou sua vida em 1953. Mas a explicação de suicídio só provou ser uma cobertura para uma agenda muito mais nefasta empreendida pelo governo dos EUA .

Há décadas, a CIA começou a testar os efeitos do LSD em diferentes assuntos, tanto dispostos quanto reativos. Olson teria ingerido inconscientemente um ácido dado a ele por seu empregador, algo que seu filho, Eric, afirmou que levou à morte prematura de Olson.

Muitos anos depois, a família Olson continua buscando respostas para o trágico mistério que rompeu sua família e, potencialmente, a vida de outros. Veja o trailer abaixo e veja se você ainda confia no governo depois.


Wormwood 'mistura a verdade e a especulação
O cineasta premiado com o Oscar Errol Morris sempre tentou empurrar os limites do documentário para fora, e nessa série da Netflix ele leva a lugares estranhos e atraentes.

Desde o lançamento de seu filme de 1988 The Thin Blue Line, uma combinação de entrevistas e drama esteticista estruturado para provar a inocência de um preso condenado à morte, o trabalho do diretor Errol Morris testou os limites da verdade e da ficção. Ele é um dos nossos maiores documentaristas, ganhando um Prêmio de Academia para The Fog of War, de 2003, mas também é inquieto, buscando novas maneiras de buscar a verdade.

Sua nova série Netflix de seis partes Wormwood (cada episódio é de 40 minutos) ignora as regras do documentário e do drama ainda mais do que ele fez anteriormente, com pinceladas de surrealismo e realidade assombrosa.

No seu centro é um fato único e cimentado: em novembro de 1953, um cientista que trabalhou no laboratório de pesquisa do Exército dos Estados Unidos, Frank Olson, morreu depois de cair de uma janela de quarto de hotel na cidade de Nova York. Esse termo "cair" é revisado repetidamente por seu filho, Eric - o assunto principal das entrevistas - como ele luta por algum senso de verdade, firme em sua crença de que a morte de seu pai estava nas mãos da CIA . Ele caiu, mergulhou ou ele foi derrubado?

"Você nunca saberá o que aconteceu naquela sala", Eric diz que sua mãe, Alice, disse a ele. No final da série, mesmo quando ele sabe, a verdade ainda se sente incompleta. Apesar das cenas dramáticas bem controladas, é a entrevista de Wormwood com Eric - sentada com o diretor Morris em uma longa mesa cercada por janelas - que realmente se aproxima.

A morte de Frank Olson foi inicialmente classificada como um acidente, fazendo com que Eric se afundasse em um murmúrio que ele nunca realmente deixara. Em 1975, sua família recebeu uma explicação do presidente Gerald Ford, tornando-se a única família a se pedir desculpas no Oval Office. Frank, disse Ford, tinha sido administrado com LSD como parte de um experimento da CIA e reagiu mal, causando suicídio. Mas ainda existem outros segredos governamentais sobre sua morte que nunca foram revelados? Wormwood explora isso.

A voz de Eric invade e retrocede com flashes de raiva e frustração ao relatar esta história; pelo final de Wormwood, ele admite que ele se perdeu. Os vídeos caseiros de sua infância se interpõem com suas palavras enquanto ele diz isso - seu pai o empurrou em um balanço e depois ensinou-o a nadar. "Porque o valor da perda é infinito, o sacrifício é infinito", diz Eric, como um vídeo mostra que ele cai de volta à água. "Pft. Você se foi."

Wormwood começa como uma história de conspiração, atada em contos da CIA e seu programa MKUltra secreto que testou o LSD. Torna-se um retrato rígido de um homem conduzido pelo sofrimento de não saber, de ser mentiroso e de nunca encontrar a satisfação do encerramento.

Morris termina quase todos os episódios na mesma cena: um acidente de vidro, ondulando cortinas de hotel branco e Frank (retratado por Peter Sarsgaard) caindo / mergulhando / caiu no chão.

As cenas com precisão do período de roteiro reproduzidas com sombra: uma figura sai pelo salão de um hotel e suas bordas ficam borradas ao se mover para a janela e aparentemente engolfadas pela luz do dia. Os momentos estão esticados na sequência do suspense: o Dr. Robert Lashbrook (retratado por Christian Camargo), no quarto do hotel a noite da morte de Frank, coloca a cabeça entre as mãos, curvando-se. Suportes de música. Pequenos ruídos são amplificados; o som de um copo de café colocado em uma mesa, o sussurro de uma mão em uma bolsa, o swish das cortinas, os pés contra as tábuas do chão e o aumento e a queda do hálito suspiro.

Além dessas cenas organizadas, as entrevistas segmentadas com Eric, bem como com o jornalista Seymour Hersh (que quebrou a história em 1975) e o advogado da família Harry Huge, são filmados de forma tão criativa. Às vezes, Morris emprega vários painéis para um efeito esmagador.

O nome da série vem de uma linha falada pelo Hamlet de Shakespeare, e Eric vê-se como o trágico príncipe dinamarquês. Ao longo de Wormwood, as cenas do 1948 Hamlet clássico de Laurence Olivier cintilam, criando uma sensação de mito e textura.

ACBP Sub Wormwood0207Courtesyof Netflix


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