Prefeito de Wuhan assume culpa por surto de coronavírus e oferece renúncia
Cidade é o epicentro da epidemia; político diz que 5 milhões de pessoas deixaram a cidade antes das medidas de isolamento. Número de mortes chegou a 81
O prefeito da cidade de Wuhan, epicentro da epidemia do coronavírus na China, assumiu parte da responsabilidade pela propagação da doença nesta segunda-feira, 27, e ofereceu sua renúncia. Em entrevista à televisão estatal chinesa, Zhou Xianwang afirmou que a resposta de sua administração ao surto “não foi boa o suficiente”.
O prefeito também admitiu que a divulgação de informações pelas autoridades da cidade foi “insatisfatória”. Zhou ainda confirmou que pelo menos 5 milhões de pessoas deixaram a cidade antes de o governo decretar o isolamento, o que pode ter contribuído para a disseminação do vírus pelo país.
Ma Guoqiang, secretário do Partido Comunista da China em Wuhan, também ofereceu o seu cargo. “Nossos nomes viverão na infâmia, mas enquanto for propício ao controle da doença e à vida e segurança das pessoas, o companheiro Ma Guoqiang e eu assumiremos qualquer responsabilidade”, disse Zhou em entrevista à emissora CCTV.
Em todo o país, foram confirmados pelo menos 2.744 casos de infecção pelo coronavírus, com cerca de metade dos registros na província de Hubei, cuja capital é Wuhan. Ao todo, 81 pessoas morreram na China.
Morte de médico chinês que alertou sobre coronavírus é confirmada por hospital
Diretor da OMS lamentou a morte do oftalmologista. "Precisamos celebrar o trabalho que ele fez", disse o diretor executivo Mike Ryan.
Por G1
A morte do médico chinês Li Wenliang foi confirmada por volta das 17h desta quinta-feira (6) pelo Hospital Central de Wuhan em seu perfil na rede social Weibo.
"Li Wenliang, oftalmologista do nosso hospital, infelizmente infectado na luta contra a epidemia do novo coronavírus, (...) morreu às 2h58 de 7 de fevereiro de 2020 (1h58 de 6 de fevereiro no horário de Brasília). Lamentamos profundamente", diz trecho da nota divulgada pelo hospital.
Li Wenliang é apontado como um dos primeiros a identificar a existência do surto do novo coronavírus e alertar as autoridades. O médico de 34 anos foi um dos oito médicos que a polícia chinesa investigou sob acusação de "espalhar boatos" relacionados ao surto. Ele era casado e tinha uma filha de cinco anos.
A morte de Li chegou a ser anunciada no começo da tarde desta quinta-feira (6) por ao menos dois veículos de comunicação estatais da China. Logo em seguida, o Hospital Central de Wuhan, negou e disse que ele ainda estava em estado grave na UTI, mas, por volta das 17h, confirmou a morte do funcionário.